Wednesday, May 09, 2007

Só a educação salva !!


Bom, estou aqui para escrever um tópico que particularmente tenho know hall para falar. Afinal trabalho com ensino há mais de 9 anos, sendo 8 com Ensino Superior. E como estudioso do assunto, sempre procurando me inteirar mais deste, gostaria de expor a situação atual do ensino em nosso país. Tenho duas grandes referências nesta área, que é o Antônio Ermírio de Moraes, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Votorantim e que voluntariamente ainda é Presidente do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, além do Prof. Gabriel Chalita, que já foi Secretário de Educação também deste estado. Ambos profissionais engajados até a alma na defesa de uma melhor educação para nosso povo. Destaque ainda para o Cláudio de Moura Castro que é colunista da fantástica Revista Veja.

No livro "Educação pelo amor de Deus!" do primeiro, pude aprofundar mais meus conhecimentos sobre esta área, além de ter uma visão mundial deste assunto. Com Chalita e Cláudio Castro estudei soluções para o problema. Vejamos:

Assim como nosso país dá show no esporte, precisamos urgentemente refletir nossas posturas e iniciativas para alterar o quadro em que se encontra a educação brasileira. Algo que beira o catastrófico. Os dados são assustadores. Pelo último levantamento do Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional do Instituto Paulo Montenegro, apenas 26% da população de 15 a 64 anos é plenamente alfabetizada. Ainda, somente 23% conseguem resolver um problema simples de matemática. Quase 32% dos alunos da 1ª série do ensino fundamental, já repetiram ano. (na Argentina são apenas 10% e nos países desenvolvidos é praticamente zero). Na última edição do Teste Pisa, da OCDE ficamos em último lugar em matemática e penúltimo em ciências, além de um assustador 37º lugar em leitura (em 40) !!
Mas existe solução? Óbvio. Porquê se não, países como a Coréia do Sul que há 30 anos atrás tinham uma educação inferior, não estariam hoje entre as melhores do mundo. Para se ter uma idéia a taxa de analfabetimo era de 33%, hoje apenas 2% (No Brasil são 13%). Possuem hoje 82% dos jovens na Universidade, ante apenas 18% no nosso país.
Então qual seria a solução? Algo simples? Algo complicado?
Bom, inicialmente deveriamos copiar os bons exemplos mundiais de Finlândia, Coréia do Sul, Japão, Hong Kong, Holanda e Liechtenstein. Na Coréia do Sul o sucesso vem inicialmente das famílias. Em um estudo foi observado que os pais, ao retornarem dos trabalhos, encontram tempo para ajudar os filhos nas atividades escolares. No Japão, idem. (os filhos de japoneses no Brasil, apesar de serem apenas 0,5% da população paulista, ocupam 15% das vagas da USP, é mole?). Além disto, investimento é crucial. Os Estados Unidos investem em reais, cerca de 210 mil na educação de suas crianças, a Coréia do Sul 90 mil e nós, apenas 30 mil reais. Fora a má distribuição deste investimento.
A outra solução seria estudar casos de sucesso do nosso país. Exemplos como o Instituto Dom Barreto, no Piauí, que obteve o 1º lugar em Ensino Médio segundo o MEC, entre 21 mil escolas brasileiras. A média nacional foi 42,5 pontos, tendo este educandário obtido uma invejável nota 74. Lá se investe na preparação dos professores, que chegam a ter aulas com os autores dos livros que vão lecionar. Além disto existe um acompanhamento rigoroso do cronograma traçado pela Diretoria e uma forte cobrança do potencial dos alunos, que ficam 8 horas em atividades (a média é 4 horas). Esta escola ainda incentiva atividades com xadrez, grego antigo e geografia do Piauí. Outro exemplo desta escola é que seu falecido diretor, Prof. Marcílio Rangel de Farias, tinha livros sobre Finlândia e Coréia do Sul como referência para o sucesso da sua instituição.
Mais exemplos positivos? Sim. Conforme publicação da Revista Veja, a melhor escola do DF, mostrou como campeã, o Centro de Ensino Fundamental 801 de Recanto das Emas) que incrivelmente possui poucos recursos em termos de instalações físicas. Os pontos fortes nesta escola foram a adoação da Meritocracia (muito utilizada pelas grandes empresas mundiais) junto aos professores que se sentem incentivados a melhorar os resultados de seus alunos, recebendo em troca homenagens públicas em reconhecimento do trabalho, além de ganharem materias para melhorarem suas aulas e incentivam o hábito raro dos brasileiros em seus alunos: a leitura de livros.
Também merece destaque o município Barra do Chapéu em SP, que foi o município brasileiro campeão no Ensino Fundamental. Apesar de ser uma cidade simples, conquistaram uma nota 6,8 em 10 (a média nacional foi 3,8) nas avaliações do MEC, através do Ideb. O diferencial nesta escola é a aplicação de uma prova aos alunos antes da montagem do cronograma anual, para verificar o nível de aprendizagem. E por fim, adotam parcerias com o setor privado, como a Universidade Estadual Paulista que trouxe um curso de Pedagogia a cidade e da FAAP, que doou computadores e carteiras em troca de vagas de estágios para seus estudantes.
Cito também o Colégio Engenheiro Juarez Wanderley, que é mantido gratuitamente pela Embraer em São José dos Campos. Este educandário conseguiu nos últimos anos aprovar 95% dos seus estudantes em vestibulares, sendo 66% em universidade públicas. São 600 vagas destinadas aos estudantes mais aplicados do ensino público, que passam a ter 9 horas diárias de aula, além de se exigir a leitura em média de 5 livros por mês. Além disto, como nos exemplos anteriores, contam com a presença familiar na formação dos estudantes e estimulam atividades como música, dança, esporte e projetos relacionados ao meio-ambiente.
Finalizo pedindo um reflexo apurado em cidades como São Caetano do Sul, Florianópolis, Niterói, Santos, Porto Alegre, Balneário Camboriú, Vitória, Curitiba, Caxias do Sul e Santa Maria, que são as cidades que segundo o IBGE possuem mais estudantes na faixa de 18 e 24 anos frequentando curso superior. (18 anos é referência ao mostrar que não houve repetência). Em geral são cidades que dependem de mão de obra qualificada e possuem ligações com multinacionais ou foram colonizadas por estrangeiros, sempre preocupados em dar uma educação para seus filhos. (O Chile e Argentina tem 30% da população frequentando curso superior. Já os Estados Unidos possuem 80%).
Esta é minha conclusão: Devemos como escreveu o Especialista em Educação Cláudio de Moura Castro, incentivar a proliferação de escolas baseadas em "metas claras, ambiente saudável, respeito as autoridades e hierarquia, que sejam administradas como boas empresas, que apliquem teorias em problemas reais, possuam currículos claros e precisos, tenham salas de aula convencionais e com o acompanhamento das famílias". Só assim, poderemos preparar os jovens que irão frequentar as faculdades brasileiras preparados com alto nível e aptos a conquistarem um posto de trabalho com tranquilidade, além de melhorar os indíces positivos do nosso Brasil.



4 Comments:

At 6:11 AM, Blogger vandaanacleto said...

Rogério:
Ontem na aula de Adm. Públicas estavámos a discutir exatamente sobre Educação, entre outros serviços públicos. Falamos sobre os pontos positivos e negativos, inclusive sobre a Educação em nossa cidade.
Espero que o com o PDE, muita coisa seja mudada.
Esperamos que muitos possam usufruir de boa aprendizagem.

 
At 6:12 AM, Blogger grazi13@gmail.com said...

Concordo plenamente que só a educação salva,poís pessos que que estudam têm maiores chances de conquistar seus objetivos e são pessoas mais concientes de seus atos!

 
At 6:17 AM, Blogger carlahoehne said...

No Brasil a educação está muito longe do que precisa ser realmente, temos o reflexo desta atual situação como a violência.
Acredito que se der educação de qualidade a violência ira diminuir e com a educação o país será salvo.

 
At 6:27 AM, Blogger welissonleite said...

Concordo com suas palavras. Somente com aeducação o ser humano tem a noção de seus direitos e deveres e tem possibiliade de novos horizontes.

 

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