BRASIL: um país que precisa de educação
O Brasil vive, atualmente, um dos períodos de
maior prosperidade e riqueza de sua história. É visível que países de todo o
mundo estão atentos às mudanças ocorridas aqui e isso contribui para a melhoria
dos nossos principais indicadores. Verdade seja dita, um dos principais
responsáveis pelo nosso sucesso é a grande demanda mundial, principalmente da
China por causa de nossas commodities
como petróleo, grãos e minerais! Mas é verdade também, que nossos processos
melhoraram consideravelmente.
Porém, o que me preocupa enquanto educador é
a grande quantidade de recursos financeiros disponíveis para investimentos em
várias áreas e a Educação Básica e Continuada sendo deixada a margem deles. Por
falta de investimentos em Educação, verdadeiros fiascos são cometidos por
nossos estudantes nos principais exames mundiais dos quais participam. Não é
necessária comprovação oficial de tais fiascos, pois absurdos escritos são
percebidos constantemente na atualidade, gerando inúmeras piadas conhecidas
como “pérolas do ENEM”, enviadas por
e-mail ou publicadas em redes sociais.
Além disso, inúmeras vagas de trabalho acabam sendo preenchidas por
estrangeiros que chegam ao nosso país fugindo da momentânea crise financeira
que assola seus países. Muitas vezes isso acontece porque nossos estudantes não
têm qualificação, não dominam a linguagem escrita de nossa Língua e não
apresentam proficiência em
Língua Inglesa!
Causa-me espanto perceber que um país como o
Brasil, possuidor de material humano para ser uma das maiores potências
econômicas do mundo, relega ao segundo plano os profissionais da Educação
Básica, responsáveis pela formação dos futuros universitários e trabalhadores
brasileiros. Por falta de candidatos interessados na profissão de professor,
que tem baixa remuneração, falta de respeito dos alunos e falta de
reconhecimento da Sociedade, cursos como o de Letras praticamente foram
extintos da maioria das universidades. Outros cursos como História, Geografia,
Pedagogia, Matemática e até Física, também, passam por situações semelhantes!
Não podemos esquecer que esses cursos são os que formam professores com
licenciaturas para ministrar aulas. Para substituí-los, cursos técnicos foram
implantados com sucesso! Um sucesso que não exige capacidade para escrever e
manusear a Língua Materna, portanto não necessita de professores de Língua
Portuguesa e de Língua Inglesa, oriundos do Curso de Letras. Pra se ter uma
ideia, segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), dos 38 países participantes de uma pesquisa, apenas
Peru e Indonésia pagam salários piores que o Brasil aos professores do ensino
básico. Nos outros seguimentos da Educação não é diferente. Um problema
perceptível, no atual cenário educacional brasileiro, é a falta de professores
para lecionar em inúmeras escolas. Futuramente, outros problemas ainda irão
aparecer. Profissionais do Curso de Letras, além de lecionar, completam o
salário atuando em outras áreas. Só para exemplificar, a Professora Mestre
Maria Helena Alves Rocha orienta, metodologicamente monografias, dissertações e
teses, revisa obras para Editoras, faz a revisão de todos os meus artigos e,
recentemente fez a revisão do meu livro intitulado Ases da Administração, escrito com meus alunos do Curso de
Administração e publicado no último mês.
Em via contrária, países como Finlândia e
Coréia do Sul, presentes nas primeiras colocações da pesquisa no quesito
Educação, adotam políticas de boa remuneração e reconhecimento aos
profissionais do setor. Só para ilustrar, os Professores aí têm status nacional
e são reconhecidos como pilares do desenvolvimento econômico e social dos seus
países. São profissionais que trabalham motivados, incentivando e servindo de
inspiração a seus alunos, pois contam com recursos tecnológicos de ponta e
internet em altíssima velocidade. Lembram-se de quando estudávamos Geografia
com um globo terrestre ou com aqueles inúmeros mapas afixados nas paredes?
Hoje, com softwares avançados, até imagens em 3D podem ser obtidas e projetadas
em salas de aula! Abro parênteses para citar meu colega coreano Chul Min Yang,
do curso que fiz no Canadá na PLI – Pacific Language Institute. Ele tinha aula
de 9 às 22 horas diariamente e isso é normal no seu país. Na década de 80, nossos
indicadores eram superiores ao da Coréia do Sul e hoje eles estão bem à frente
com a simples fórmula de investir com entusiasmo em Educação! Caminhos existem
e podem ser trilhados com seriedade.
Aproveito para parabenizar a Presidente Dilma,
por celebrar parceria com a Universidade
de Harvard e com o Massachusetts
Institute of Technology (MIT) quando foi elogiada pelo empresário Jorge
Paulo Lemann, ex-aluno da primeira instituição. Lemann, que possui uma Fundação
com seu sobrenome, tem convênio com seis universidades americanas: Harvard, Stanford, Columbia, Yale, Illinois e
Universidade da Califórnia. Certamente, a parceria selada pela Presidente Dilma
é uma utilização louvável de recursos financeiros públicos, pois não bastam
inúmeros programas assistenciais que não melhoram a capacitação do nosso povo.
Assim, o atual governo acredita, ao contrário do último, que seguindo o exemplo
de países como China, Japão, Coréia do Sul, Índia e outros, pode-se alcançar
desenvolvimento por meio de Educação. Os países citados possuem uma grande
quantidade de alunos nos Estados Unidos, mostrando que o desenvolvimento dos
países deve passar pelo aperfeiçoamento nos bancos universitários americanos!
Portanto, investimentos na Educação é possível, basta trilhar o caminho
daqueles que já o encontraram!
Em tempo: no último dia 23
de abril, dia da morte de Cervantes e o dia de São Jorge, Padroeiro da
Catalunha, foi comemorado o Dia de Letras de Espanha. Essa data foi instituída pela ONU em 1993
como o Dia do Livro. Portanto, meus parabéns a todos os Professores de Letras,
que têm meu mais alto reconhecimento por contribuírem na formação de um povo
mais consciente do valor da Língua Materna, pois um povo que cuida de sua
Língua transforma seu país na potência que merece ser!
Um abraço.
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