Quanto menos educação, mais corrupção!
No final do ano passado foi divulgado
pela ONG Transparência Internacional, o ranking de corrupção em todo o mundo e
sem surpresa posicionamo-nos na 69ª posição, dos 178 países avaliados. Observando
este ranking e o confrontando com o ranking da educação, também divulgado no
mesmo período, em que ficamos em penúltimo lugar, entre 40 países avaliados,
podemos tirar diversas conclusões, sendo a principal; a de que quanto menos
educação um país tiver, mais corrupto ele é! Isto fica mais evidente, quando ao
analisar os dois rankings, percebemos que os países que estão nas primeiras
colocações em educação, também são os menos corruptos! Em educação Finlândia,
Coréia do Sul, Cingapura e Hong Kong apresentam-se entre os melhores, sendo que
a 1ª posição, dos menos corruptos, é encabeçada por Dinamarca, Nova Zelândia e
Cingapura e, em segundo lugar dividem esta posição Finlândia e Suécia! Simples,
não? Para se ter uma ideia, na década de 80 o Brasil era melhor que a Coréia do
Sul, em todos os indicadores de desenvolvimento e hoje, este país está muito à
frente do nosso, por investir pesado em educação.
A
percepção desta análise torna-se ainda mais clara, quando neste último ano
presenciamos o julgamento do mensalão pelo Superior Tribunal Federal, observando
muitas pessoas defendendo ou questionando a participação do ex-Presidente Lula
neste fato. E o pior, no primeiro momento, o mesmo afirmou que o “mensalão não
existiu”! Logo em seguida, foi à vez da “Operação Porto Seguro” ser manchete em
todos os jornais e novamente surgirem pessoas defendendo-o e ao seu partido! Em
um país sério, Lula deveria ser o primeiro a se pronunciar à nação esclarecendo
sua não participação nesses fatos lamentáveis. Ao invés disto, ele viajou para o
exterior, no momento mais conturbado, e ainda foi defendido pela Presidente Dilma,
que em seu 1º ano de governo, de forma exemplar, demitiu 11 ministros
envolvidos em denúncias de corrupção. Além disto, presenciamos pessoas contra a
brilhante decisão do STF, que cassou o mandato dos deputados condenados neste
julgamento. Em um país sério e desenvolvido seria possível imaginar uma pessoa
na cadeia representando os interesses do seu país?
Só
me questiono: onde estão os jovens de hoje, que viram seus avós e seus pais lutarem
contra a ditadura, pelas “Diretas Já” e até os “caras pintadas”, pelo
impeachment do Collor? Certamente jogando um vídeo game ou em algum barzinho
sem se preocuparem com o próprio futuro e também como de seus filhos e netos!
Muito triste.
Interessante
que um amigo rebateu-me, dizendo que a Itália está atrás do Brasil. Mas, isto é
comprovado facilmente! Primeiro, pela crise que assola o continente europeu;
segundo, pelo fato de a educação e a cultura estarem sem políticas e
investimentos adequados, ao ponto de sequer ter uma única universidade italiana
entre as 200 melhores do mundo (nós temos 2). E, quando finalmente colocaram um
profissional para dirigir o país, Mario Monti, formado em Yale, tendo sido
orientado por um Prêmio Nobel, assistimos Berlusconi querendo voltar ao poder!
Algo totalmente inapropriado para um país sério. A questão positiva é que o
ativo mais precioso dos italianos, assim como dos japoneses, é seu capital
intelectual, responsável por fazer deste país uma potência econômica, tendo uma
renda per capta três vezes superior a nossa, já que não possui nenhum recurso
natural e precisa se reinventar todos os dias!
Portanto,
nós como brasileiros devemos exigir cada vez mais investimentos para a
educação, para que não precisemos mais depender de nossos recursos naturais
como; petróleo, gás, minério, etc. E, que os royalties do petróleo sejam
investidos em educação em todo o país, pois são propriedade do Brasil e não
somente dos estados exploradores. Que a Dinamarca seja um exemplo nesse caso.