Monday, January 28, 2013

Quanto menos educação, mais corrupção!


No final do ano passado foi divulgado pela ONG Transparência Internacional, o ranking de corrupção em todo o mundo e sem surpresa posicionamo-nos na 69ª posição, dos 178 países avaliados. Observando este ranking e o confrontando com o ranking da educação, também divulgado no mesmo período, em que ficamos em penúltimo lugar, entre 40 países avaliados, podemos tirar diversas conclusões, sendo a principal; a de que quanto menos educação um país tiver, mais corrupto ele é! Isto fica mais evidente, quando ao analisar os dois rankings, percebemos que os países que estão nas primeiras colocações em educação, também são os menos corruptos! Em educação Finlândia, Coréia do Sul, Cingapura e Hong Kong apresentam-se entre os melhores, sendo que a 1ª posição, dos menos corruptos, é encabeçada por Dinamarca, Nova Zelândia e Cingapura e, em segundo lugar dividem esta posição Finlândia e Suécia! Simples, não? Para se ter uma ideia, na década de 80 o Brasil era melhor que a Coréia do Sul, em todos os indicadores de desenvolvimento e hoje, este país está muito à frente do nosso, por investir pesado em educação.
            A percepção desta análise torna-se ainda mais clara, quando neste último ano presenciamos o julgamento do mensalão pelo Superior Tribunal Federal, observando muitas pessoas defendendo ou questionando a participação do ex-Presidente Lula neste fato. E o pior, no primeiro momento, o mesmo afirmou que o “mensalão não existiu”! Logo em seguida, foi à vez da “Operação Porto Seguro” ser manchete em todos os jornais e novamente surgirem pessoas defendendo-o e ao seu partido! Em um país sério, Lula deveria ser o primeiro a se pronunciar à nação esclarecendo sua não participação nesses fatos lamentáveis. Ao invés disto, ele viajou para o exterior, no momento mais conturbado, e ainda foi defendido pela Presidente Dilma, que em seu 1º ano de governo, de forma exemplar, demitiu 11 ministros envolvidos em denúncias de corrupção. Além disto, presenciamos pessoas contra a brilhante decisão do STF, que cassou o mandato dos deputados condenados neste julgamento. Em um país sério e desenvolvido seria possível imaginar uma pessoa na cadeia representando os interesses do seu país?
            Só me questiono: onde estão os jovens de hoje, que viram seus avós e seus pais lutarem contra a ditadura, pelas “Diretas Já” e até os “caras pintadas”, pelo impeachment do Collor? Certamente jogando um vídeo game ou em algum barzinho sem se preocuparem com o próprio futuro e também como de seus filhos e netos! Muito triste.
            Interessante que um amigo rebateu-me, dizendo que a Itália está atrás do Brasil. Mas, isto é comprovado facilmente! Primeiro, pela crise que assola o continente europeu; segundo, pelo fato de a educação e a cultura estarem sem políticas e investimentos adequados, ao ponto de sequer ter uma única universidade italiana entre as 200 melhores do mundo (nós temos 2). E, quando finalmente colocaram um profissional para dirigir o país, Mario Monti, formado em Yale, tendo sido orientado por um Prêmio Nobel, assistimos Berlusconi querendo voltar ao poder! Algo totalmente inapropriado para um país sério. A questão positiva é que o ativo mais precioso dos italianos, assim como dos japoneses, é seu capital intelectual, responsável por fazer deste país uma potência econômica, tendo uma renda per capta três vezes superior a nossa, já que não possui nenhum recurso natural e precisa se reinventar todos os dias!
            Portanto, nós como brasileiros devemos exigir cada vez mais investimentos para a educação, para que não precisemos mais depender de nossos recursos naturais como; petróleo, gás, minério, etc. E, que os royalties do petróleo sejam investidos em educação em todo o país, pois são propriedade do Brasil e não somente dos estados exploradores. Que a Dinamarca seja um exemplo nesse caso.