A importância da Avaliação
Acabo de participar de uma
avaliação in loco do Ministério da
Educação e Cultura (MEC) para renovação do reconhecimento dos cursos superiores
da Faculdade na qual leciono. Este é um processo minucioso para verificar todo
o corpo docente, o projeto pedagógico, infraestrutura, relacionamento da
faculdade com a sociedade e outros fatores relacionados à educação,
administração e gestão. Ele foi implantado pelo ex-ministro da Educação, Paulo
Renato de Souza, no governo de Fernando Henrique Cardoso e corretamente mantido
até hoje pelo atual governo federal. Considero este procedimento de grande
importância para a melhoria da qualidade do ensino ofertado em nosso país.
Mas o que é
avaliar? Avaliar, basicamente, consiste em verificar o atendimento dos
requisitos necessários para certificação de um conhecimento transmitido ou o atendimento
de parâmetros pré-estabelecidos para comprovação da qualidade esperada.
Em nosso país,
antigamente, existia uma idéia equivocada de que avaliar é algo constrangedor e
ineficaz. Felizmente, esse paradigma foi quebrado e os constantes exames aplicados
às faculdades melhoraram a qualificação dos nossos estudantes, executivos e
organizações. Sabemos que a avaliação está presente em todo tipo de situação,
desde a formal com provas escritas até a informal como no futebol. Um time pode
ter seu desempenho avaliado pela conquista de um título ou pelo seu
rebaixamento para outra divisão e um executivo pode fazer jus a sua performance por meritocracia, recebendo
bônus e outros benefícios ou, ao contrário disso, pode ser demitido da empresa
na qual trabalha pela avaliação informal.
No que se
refere à avaliação formal em educação no nosso país, o que mais passa
despercebido são as avaliações de âmbito internacional. O projeto Pisa que é
uma avaliação de rendimento escolar da Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) nos posiciona nas últimas colocações: essa é uma triste
notícia!
O reflexo
destes resultados sombrios é verídico ao constatarmos na prática a situação
caótica dos nossos estudantes. O pior se dá quando o governo estadual ainda
noticia que os alunos de Minas são os melhores do Brasil. Os resultados dos
alunos da rede estadual de educação deveriam ser comparados aos dos principais
países do mundo, já que todos nós queremos fazer do Brasil uma potência
econômica, cultural e social. No entanto, continuamos a ter pequenas “ilhas do
saber” que constantemente geram algum destaque acadêmico capaz de produzir
proezas geniais e se destacar no mundo. Infelizmente, isso não resolve o nosso
problema que é o de ter mão-de-obra qualificada como dínamo necessário para
atender as empresas que precisam de profissionais para seu crescimento!
Para melhorar
a educação é necessário, também, avaliar o conhecimento dos Professores, pois como
brilhantemente escreveu o austríaco Peter Drucker, conhecido como o “Pai da
Administração”, são os professores a principal ferramenta para melhoria do
capital intelectual de um povo. No caso dos professores das instituições públicas
de ensino, é importante ressaltar que antes de avaliá-los é dever do poder
municipal, estadual e federal melhorar as condições de trabalho e proporcionar
constantes treinamentos e cursos de capacitação para estes profissionais! Falo especificamente
do poder público porque no setor privado, além da cobrança pesada por
resultados, existe a consciência de que sem uma contínua melhoria das habilidades
dos seus funcionários, a concorrência com a prestação de serviços e criação de
produtos de outras empresas torna-se uma luta desigual! Como exemplo de prova
disso é a coreana LG que, tendo a mesma estrutura e ferramentas no país de
origem e no nosso, tem uma produção superior dos seus funcionários da Coréia do
Sul.
Interessante é
ressaltar que as principais empresas do mundo possuem universidades
corporativas como a famosa Cotronville criada pela General Eletric e as que não
possuem este know-how disponibilizam
bolsas de estudo para graduação e pós-graduação para seus funcionários,
avaliados por desempenho ou provas específicas.
Então, mais uma
vez destaco a importância do contínuo processo de avaliação de conhecimentos,
procedimentos e de instituições, pois ele incentiva a criação de rankings que alertam para a
transparência profissional e ética na divulgação dos resultados gerados. Essa
transparência contribui para diminuir as desigualdades do nosso país!
Aproveito para
parabenizar a Faculdade de Sabará, da qual faço parte, pelo brilhante
desempenho na avaliação do Ministério da Educação e Cultura que renovou o
reconhecimento de seus cursos de Administração e Direito, comprovando assim o
trabalho sério comandado pelo seu Reitor, Dr. Mário Guerra e pelo seu
Vice-Reitor e Diretor Jurídico, Dr. Marcelino Guerra.