Tuesday, February 17, 2009

NEGÓCIO FUTEBOL CLUBE


Tem um filme muito interessante que semestralmente dou como “Para Casa” para meus alunos. Trata-se do “Diabo veste Prada” que mostra o mundo da moda visto em todos os aspectos, principalmente como NEGÓCIOS.
Porém, estou longe de entender o mundo da moda, mas em compensação tem duas áreas que tenho grande propriedade para falar que são: Futebol e Administração.
Então vejamos como o futebol que é o maior esporte do universo se tornou uma mina, alavancando valores estratosféricos e sendo destaque até mesmo em estudos de produtividade na indústria automobilística.
Até antigamente tratava-se de um esporte que era custeado por abnegados benfeitores que doavam dinheiro para equipes que entretiam comunidades e em maior escala estados e países. Porém com o crescimento das equipes e competições, os custos foram prontamente alavancados e os antigos presidentes cederam espaço para profissionais especializados em finanças, marketing, logística e todo tipo de ferramentas aplicadas por Administradores. E aquele esporte que servia para ocupar as tardes de domingos tornou-se um campo de negócios que gera uma quantidade absurda de empregos e valores assombrosos ano após ano, com crise ou sem crise.
Para citar a nível internacional, os mega times europeus traçaram estratégias, ampliando seu marketing para atravessar fronteiras e conquistar torcedores (diga-se lucro) em outros continentes, principalmente no Asiático. Um exemplo seria a Supercopa da Itália (disputa entre o campeão italiano versus o campeão da Copa Itália) que será realizada em 2009 na capital chinesa, sendo que a Lega Calcio (CBF italiana) receberá 2,5 milhões de euros dos chineses, além de todas as despesas dos dois clubes totalmente pagos por uma única partida. Para se ter uma idéia mais assombrosa ainda basta citar que a última Eurocopa disputada na Áustria e Suíça gerou só de LUCRO, 250 milhões de EUROS ! A mesma competição realizada dois anos antes em Portugal, tinha gerado um lucro de somente 27 milhões de euros a menos! Vale ressaltar que a Copa da Alemanha teve um lucro menor, mas também muito alto: 135 milhões de euros. Nesta competição, um estudo do banco alemão Postbank, afirmou que dos 1,7% do crescimento do PIB esperado pelo país, os eventos relacionados com a Copa, contribuiria com 0,3%.
Nos Estados Unidos, após a primeira tentativa que contou com Pelé e outras lendas do futebol no Cosmos, nova investida está sendo organizada, com a MLS. O país já recebeu uma Copa do Mundo que foi um sucesso de público e chegaram a contratar Beckham por um contrato de 5 anos no valor de 250 milhões de dólares - com sua chegada, foram comercializadas mais de 300 mil camisas com seu nome no Los Angeles Galaxy (mais que qualquer outro esportista americano), o que mostra que desta vez o esporte promete ter futuro no país.
E se formos citar o Brasil, 4 clubes são arduamente analisados em programas esportivos e aulas de Administração nas principais faculdades do país: Cruzeiro, São Paulo, Internacional e Atlético/PR.
O último campeão brasileiro estipulou só pelo patrocínio máster de sua camisa o valor de 30 milhões de reais, total este obtido com todos os patrocínios somente no ano passado. Anteriormente a Reebok investiu 4 milhões na instalação de uma loja em seu estádio e a Coca-Cola outros 2,5 milhões com seu bar temático. A previsão que até 2010 o estádio tenha seu anel inferior transformado em um shopping (com cinema, restaurantes, lojas, etc).
Já em Minas, o maior clube do Estado, o negócio “futebol” anda muito bem. A receita bruta com transferências de atletas em 2008 foi de 51 milhões, dos quais o Cruzeiro ficou com R$ 32,76 milhões (o restante foi para parceiros). Além disto, o Bi-Campeão da Libertadores obteve com receitas: cerca de R$ 7 milhões no campeonato mineiro (R$ 4,2 milhões de televisão, R$ 1,2 milhão de placas e R$ 1,6 milhão de rendas), R$ 4,18 milhões na Taça Libertadores (sem ter avançado a semifinal), R$ 8 milhões em patrocínios diversos, R$ 11 milhões em royalties de licenciamentos, vendas de produtos e dos sócios dos clubes, além dos cerca de R$ 18 milhões em cotas de televisão da transmissão do campeonato brasileiro. A receita bruta se aproxima dos R$ 80 milhões. Este ano, o clube retorna a principal competição do continente, que é sinônimo de bom retorno financeiro. Além disto, houve a troca de fornecedor de material esportivo (sai Puma, entra Reebok), e o contrato foi reajustado no dobro do valor anterior e o cartão 5 estrelas também se tornou uma outra poderosa fonte de renda.
E finalmente, outro clube que merece destaque seria o Internacional/RS, que ultrapassou o River Plate e se tornou o time com maior número de “sócio-torcedores”: 83 mil e com planejamento de atingir cem mil no centenário do clube, arrecadando só com este projeto 41 milhões de reais (ou seja, 30% do orçamento anual do clube).
E no aspecto geral, para finalizar, são movimentados mais de R$200 milhões no Brasil, somente com venda de camisas dos clubes. Os fabricantes pagam cerca de 10% do faturamento com os produtos a título de royalties. Os grandes clubes brasileiros ganham com as vendas de camisetas cerca de R$ 15 milhões. E os fabricantes e o comércio faturam acima de R$ 150 milhões.
Concluindo, cada vez menos, iremos assistir a situações de “Davi e Golias” no mundo da bola, pois as competições exigem mais organização, planejamento e profissionalismo dos clubes. E estes que souberem separar Administração e Futebol em áreas específicas continuarão a ser os verdadeiros campeões !!

Saturday, February 07, 2009

BBB Lixo !!


Outro dia assisti a um pedaço do BBB atual. E para ser sincero, não consegui ficar 10 minutos dando seqüência ao programa. Nunca, nunca acompanhei nenhum! E, como é assustador o espaço que a televisão da para tanta inutilidade!
Não quero bancar o “falso moralista”, como diz meu grande amigo Ulysses do RJ. Mesmo porque eu já tenho minha cota de programas que não abro mão e são um excelente hobby. Sou simplesmente um fanático por seriados americanos, mas dou espaço também para boas produções brasileiras, como “A Grande Família” e “Carga Pesada”. Mas tenho certeza, que os seriados que acompanho acrescentam algo de útil no meu crescimento pessoal e principalmente profissional. Que tal o “Grey’s Anatomy” que retrata o cotidiano hospitalar? E o “Desperate Housewives” que é o estudo puro da psicologia humana? Outro muito bom, “Lipstick Jungle”, que retrata pessoas de sucesso em NY! E como ninguém é de ferro, para passar o tempo assisto aos dramas “90210”, “One Tree Hill” (estes dois últimos servindo de referência por dar ênfase a situações do cotidiano escolar), Friends (comédia) e “Lost” (drama científico).
Porém o que a televisão brasileira deveria dar ênfase seria a programas que abrissem um horizonte para nosso povo. E não tem como comparar tv aberta com tv fechada, que apresenta programas de melhor qualidade. Mas a primeira também apresenta boas produções, como “Globo Repórter” (o da gastronomia italiana foi perfeito), o recém lançado “Realidade” com a Ana Paula Padrão (logo que voltei do Peru, ela apresentou Machu Pichu e foi um complemento de coisas que vi e explicações que não tive) e também o “Show Business” com o João Dória Jr. (sempre entrevistando personalidades, mas principalmente pessoas de sucesso profissional).
Porém a tv fechada, apresenta uma qualidade muito superior. Por exemplo, para o pessoal do mundo dos negócios, um obrigatório seria “Mundo S.A.” e para cultura geral, o “Pelo Mundo”, “Via Brasil” e “Manhattan Connection”. Além destes, na área de gastronomia, seria interessante assistir "Truques de Oliver" e "Menu Confiança". Que tal também os programas de entrevistas, que trazem pessoas que tem algo de bom a nos revelar? Neste quesito “The Oprah Winfrey Show” é imbatível! Tanto que eu já sabia quem era Barack Obama, anos antes do mesmo ser conhecido mundialmente. Isto porque tinha assistido a uma entrevista do mesmo neste programa e a apresentadora já alardeava que seria um futuro presidente americano!
Outro ponto falho no nosso crescimento, seria a falta de senso político. Lembro que no meio do meu curso superior, disputei uma eleição para Presidente do Diretório Acadêmico e houve disputa acirrada, debates calorosos e ambição pela vitória. E hoje, presencio esta juventude tão “vazia” sem saber o que está acontecendo no mundo. Praticamente não se fala mais em D.As, que sempre foram os berços dos políticos brasileiros. E talvez por isto nosso atual presidente tenha índices tão alto de aprovação popular!
E o que falar da leitura? Este um fiasco. Enquanto nossa média é de 2 a 3 livros por ano, presenciamos nossos “hermanos” lendo cerca de vinte livros no mesmo período. Isto para não falar dos periódicos que são uma fonte de informação imprescindível para um bom debate! Forço e passo trabalhos direto para meus alunos universitários, sempre citando 2 publicações que são verdadeiras jóias do conhecimento nacional: as revistas “Veja” e “Exame”. Mas para quem quiser, também existem outras boas como “Época Negócios”, “IstoÉ”, etc.
Novamente não bancando o “falso moralista”, sinto uma completa falta de paciência quando discuto assuntos importantes e vejo pessoas não sabendo em que “planeta estão” !!
E isto pra mim só tem um nome, “ignorantes de conveniência”, que se auto proclamam apaixonados por nosso país e sequer sabem os nossos verdadeiros valores e problemas!
Vamos sim, ser um grande país e estamos dia após dia melhorando nossos índices em todas as áreas, seja educacional, saúde, social, cultural (com grandes filmes produzidos, ao contrário daquelas pornografias do passado), etc. Porém se nos dedicássemos mais, conseguiríamos ser uma Coréia do Sul, que na década de 80 apresentava os mesmos indicadores do nosso país e hoje estão bem a nossa frente!
Então fica o meu conselho, para que cada vez mais, abrir nossas cabeças para coisas que realmente farão diferença em nossas vidas!
Um abraço.