Tuesday, July 09, 2013

O poder do Capital Intelectual




Recentemente tuitei o vídeo da visita de Luca de Montezemolo, presidente da Ferrari, à Universidade de Stanford onde ministrou uma palestra sobre o ícone automobilístico italiano. Na ocasião, havia visitado outras universidades para firmar parceria com os melhores centros de tecnologia do mundo. Com a visita desse empresário à Universidade de Standford,  podemos perceber a importância que o capital intelectual tem em casos de sucesso de empresas e de países como Japão, Inglaterra e Itália que, apesar de paupérrimos em recursos naturais e atingidos pela crise europeia, são potências econômicas. O capital intelectual é o conjunto de capacitações que as pessoas obtêm com educação. Essa expressão foi criada na década de 60 por dois professores - Theodore Schultz e Gary Becker - que lecionavam Economia da Educação sendo, posteriormente, agraciados por este trabalho com o Prêmio Nobel.
            O que me preocupa, no momento atual do Brasil, é a clara falta de compromisso com nosso capital intelectual. Antigamente, pessoas do nosso país fugiam da nossa crise em direção aos Estados Unidos, Japão e Europa para trabalharem em subempregos. O que vemos hoje são países como Estados Unidos, que estão saindo da crise após um período problemático e  Europa, que projeta sua saída da crise para cerca de três anos, e aportam no nosso país ocupando cargos de superempregos, haja vista suas fantásticas capacitações e atendem  a inúmeros postos de trabalho que não são preenchidos por brasileiros devido à falta de formação profissional. A minha maior preocupação é com os gastos do governo federal, que atualmente disponibiliza fortunas com bolsas assistencialistas para famílias inteiras sem se preocupar com a formação futura delas! Basta verificar que ao tirar delas este recurso assistencialista, que profissões poderiam exercer hoje? Entre outras capacitações, o governo poderia estar formando soldadores, eletricistas, operadores de máquinas pesadas, profissões que rendem bons salários para esses beneficiários, inclusive! A comentarista do SBT, Rachel Sheherazade, fez uma análise fantástica em um vídeo postado por milhares de pessoas em redes sociais alertando sobre este tema!
            Pra se ter uma ideia, hoje 50% das nossas exportações são produtos primários, o que nos dá um diferencial em relação aos países citados. Entretanto,  conta-se nos dedos o número de empresas 100% brasileiras que são destaque em tecnologia em um nível global.
Destaco como exemplo a Itália, que é referência em ícones do mercado de luxo. No setor automobilístico ela aparece com a Ferrari (a marca mais valiosa do mundo), Lamborghini, Maserati, Bugati e Pagani, com suas motos Ducati, Aprilia e Guzzi; no setor aéreo com seus helicópteros Agusta; no setor naval com estaleiros como Ferretti, Sessa Marine e Azimut-Benetti; além do mundo da moda com marcas do calibre de Gucci, Prada, Armani e Dolce & Gabbana e também produz as caríssimas canetas Montegrappa. Ainda, é referência mundial com as indústrias que exportam móveis, utensílios domésticos levando a assinatura do design italiano e alimentos. Poderia, também, falar do Japão que virou significado de qualidade e se transformou em caso de estudo com a “escola de administração japonesa” e até da Finlândia e da Suécia que possuem diversas empresas reconhecidas mundialmente.  Sem dúvida, o destaque desses países é graças à adição do capital intelectual, adquirido com o desenvolvimento de pesquisas em tecnologia e design, aplicado em serviços e produtos, que são fabricados de forma simples como celulares e até canetas.
Logo, se desejamos ser uma potência, que um dia diversos órgãos especializados e investidores do mundo inteiro apostaram, não devemos perder o momento atual. Ele é propício à capacitação de nossa população, para que não vivenciemos outra década perdida como já ocorreu com outras gerações de brasileiros!