O poder do Capital Intelectual
Recentemente tuitei o vídeo da visita de
Luca de Montezemolo, presidente da Ferrari, à Universidade de Stanford onde ministrou
uma palestra sobre o ícone automobilístico italiano. Na ocasião, havia visitado
outras universidades para firmar parceria com os melhores centros de tecnologia
do mundo. Com a visita desse empresário à Universidade de Standford, podemos perceber a importância que o capital
intelectual tem em casos de sucesso de empresas e de países como Japão, Inglaterra
e Itália que, apesar de paupérrimos em recursos naturais e atingidos pela crise
europeia, são potências econômicas. O capital intelectual é o conjunto de
capacitações que as pessoas obtêm com educação. Essa expressão foi criada na
década de 60 por dois professores - Theodore Schultz e Gary Becker - que
lecionavam Economia da Educação sendo, posteriormente, agraciados por este
trabalho com o Prêmio Nobel.
O
que me preocupa, no momento atual do Brasil, é a clara falta de compromisso com
nosso capital intelectual. Antigamente, pessoas do nosso país fugiam da nossa crise
em direção aos Estados Unidos, Japão e Europa para trabalharem em subempregos.
O que vemos hoje são países como Estados Unidos, que estão saindo da crise após
um período problemático e Europa, que projeta
sua saída da crise para cerca de três anos, e aportam no nosso país ocupando
cargos de superempregos, haja vista suas fantásticas capacitações e atendem a inúmeros postos de trabalho que não são
preenchidos por brasileiros devido à falta de formação profissional. A minha
maior preocupação é com os gastos do governo federal, que atualmente disponibiliza
fortunas com bolsas assistencialistas para famílias inteiras sem se preocupar
com a formação futura delas! Basta verificar que ao tirar delas este recurso assistencialista,
que profissões poderiam exercer hoje? Entre outras capacitações, o governo
poderia estar formando soldadores, eletricistas, operadores de máquinas pesadas,
profissões que rendem bons salários para esses beneficiários, inclusive! A
comentarista do SBT, Rachel Sheherazade, fez uma análise fantástica em um vídeo
postado por milhares de pessoas em redes sociais alertando sobre este tema!
Pra
se ter uma ideia, hoje 50% das nossas exportações são produtos primários, o que
nos dá um diferencial em relação aos países citados. Entretanto, conta-se nos dedos o número de empresas 100%
brasileiras que são destaque em tecnologia em um nível global.
Destaco como exemplo a
Itália, que é referência em ícones do mercado de luxo. No setor automobilístico
ela aparece com a Ferrari (a marca mais valiosa do mundo), Lamborghini,
Maserati, Bugati e Pagani, com suas motos Ducati, Aprilia e Guzzi; no setor
aéreo com seus helicópteros Agusta; no setor naval com estaleiros como Ferretti,
Sessa Marine e Azimut-Benetti; além do mundo da moda com marcas do calibre de
Gucci, Prada, Armani e Dolce & Gabbana e também produz as caríssimas
canetas Montegrappa. Ainda, é referência mundial com as indústrias que exportam
móveis, utensílios domésticos levando a assinatura do design italiano e
alimentos. Poderia, também, falar do Japão que virou significado de qualidade e
se transformou em caso de estudo com a “escola de administração japonesa” e até
da Finlândia e da Suécia que possuem diversas empresas reconhecidas
mundialmente. Sem dúvida, o destaque
desses países é graças à adição do capital intelectual, adquirido com o
desenvolvimento de pesquisas em tecnologia e design, aplicado em serviços e
produtos, que são fabricados de forma simples como celulares e até canetas.
Logo, se desejamos ser uma potência, que um dia
diversos órgãos especializados e investidores do mundo inteiro apostaram, não
devemos perder o momento atual. Ele é propício à capacitação de nossa população,
para que não vivenciemos outra década perdida como já ocorreu com outras
gerações de brasileiros!